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Mostrando postagens de janeiro, 2019

RESTABELECENDO A CONFIANÇA

Danilo Sili Borges Tenho a certeza que nunca voltaremos à época em que os acertos eram feitos a “fios de bigode”, No mundo atual, o compactuado corre menos risco se for escrito em três vias, assinado com firma reconhecida em cartório. E assim mesmo, desejo-lhe sorte. A falta de confiança é generalizada em nossas relações: entre pessoas, entre entes governamentais e cidadãos, entre políticos e eleitores, entre empresas e clientes. Estamos sempre preocupados e, como diz um amigo meu, “andando com as costas voltadas para a parede para evitar surpresas”. A falta de confiança caminha ao lado da corrupção, esta já classificada como endêmica, mas que felizmente começa a ser contida a partir da Lava Jato e do emblemático juiz Moro, como será sempre conhecido. Fenômenos diferentes, mas que se associam para lesar o cidadão, filhas do mesmo ventre, a corrupção e a falta de credibilidade geral, levaram a sociedade brasileira à situação atual. Hoje cedo, ao sair para o trabalho, deparei

BRASILEIROS, ÀS ARMAS.

Por Danilo Sili Borges Sou, por natureza e convicção, pacifista. Mesmo quando garoto, só me lembro de ter brigado de rolar na saída do grupo escolar uma única vez. Entendo que os conflitos, quaisquer que sejam, devam ser resolvidos por acordo entre partes, ou por arbitragens. Mas sou realista o suficiente para saber que a terra que pisamos não é lugar para teses sutis. Por aqui, e falo do planeta inteiro, as disputas, em geral, não se resolvem por preceitos de bom senso e justiça. Caneladas, mordidas e dedos nos olhos são mais utilizados. Nesta semana, foi baixado decreto presidencial autorizando o cidadão a possuir arma de fogo, o que lhe era vedado como norma e só concedido em casos especialíssimos. A medida é polêmica. Numa primeira leitura entende-se que mais armas, mais violência. Será? Nos entreveros sérios, a posse de armamento por um só dos contendores não o estimularia a usá-la para subjugar o oponente? E até mesmo a eliminá-lo, sabendo que não encontraria resistência

UM SCRIPT PARA 2019

Por Danilo Sili Borges As bolas coloridas, as fitas douradas, as fiadas de lâmpadas voltaram para as caixas de onde serão resgatadas em dezembro. Para fechar o período temos apenas que ir ao shopping fazer trocas dos presentes recebidos – roupas e sapatos – para adequá-los ao nosso manequim atual, depois dos almoços e das ceias de confraternização do final do ano passado. Dá até para aproveitar os “50% OFF”, comuns em janeiro, para comprar a camisa que combine com a gravata azul recebida do amigo oculto. O início de um ciclo não é o recomeço de tudo. Sem heranças não se acumulariam riquezas ou experiências. É possível perceber que 2019 não será tão diferente de 2018, apesar do novo governo. O presente começa com Renan reeleito, Fortaleza refém do crime, as presidências da Câmara e do Senado para serem decididas por acordos políticos do tipo “mais ou menos” e outros abacaxis no cardápio. Todo ano é assim. Afinal, o mundo se movimenta sempre para o mesmo lado, na mesma veloci

NÃO JOGO NO VASCO E NÃO DOU AVAIS

Por Danilo Sili Borges Nunca fui bom de bola. Na escolha dos craques, “um pra lá um pra cá”, para formar os times nos terrenos baldios da minha meninice, eu era das últimas opções e inapelavelmente para ser goleiro, uma espécie de degredado, condição que me fazia ser culpado dos gols sofridos. Logo percebi que o meu destino não passava por ali e desisti até de substituir o Barbosa, meu ídolo, aquele da seleção de 1950 e do Vasco, um goalkeeper como era chamado o goleiro ainda com a forte influência inglesa no esporte. E que então, como agora, era mais culpado que mordomo em filme policial de má qualidade. Restringi-me a ser torcedor do Vasco, com certa ênfase, porém logo coloquei meus afetos profundos em outros objetos menos volúveis, o que não quer dizer que não fosse ao Maracanã ver um bom jogo, ou a uma final de campeonato. Alguns amigos, no entanto, continuam pensando, não sei por que cargas d’água, que eu continuo a ser o principal jogador do Vasco, ou pelo menos, componen