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Mostrando postagens de outubro, 2019

É MELHOR FALAR DE FUTEBOL

Por Danilo Sili Borges Devido a estarmos assistindo o desmoronar da construção jurídico-policial que levou bandidos   de colarinho branco para as cadeias, o melhor mesmo é mudar de assunto e falar de futebol. Não que esse esporte só nos tenha dado alegrias. Os onze de 1950 perderam a Copa no Maracanã. Choraram junto com os 100 mil presentes e com a nação que os ouviu pelo rádio. Os nossos onze também não seguraram os 7 a 1 no Mundial de 2014. Sofremos, nos sentimos humilhados, mas entendemos. Aqueles onze fizeram o que puderam pelas cores da pátria, eles sabiam o que queríamos e o que era justo esperar. Nunca os culpamos. Onze deve ser um número cabalístico. É por ele também que vamos perdendo a Lava Jato, esperança que os brasileiros tiveram de viver num país que poderia ter ganhado o campeonato contra os corruptos. Perdemos. Dos onze a maioria não chora, está feliz. Que jogo eles jogam? Sempre que se perde uma disputa fundamental, pomos os olhos no futuro. Nos clubes e na

QUEM TEM BOCA FOI A ROMA

Por Danilo Sili Borges Santa Dulce é dos pobres, dos pobres do mundo. Sua pátria é a humanidade sofrida esteja ela onde estiver. A Santa brasileira é do mundo, mas vou lhe pedir, que se puder, faça uns milagres para nós, estamos precisando. O reconhecimento pelo trabalho de uma vida dedicada aos necessitados e sofredores permite-nos orgulharmo-nos agora de termos entre os santos da Igreja Católica uma santa nascida em terra brasileira, qualquer que seja a nossa religião ou mesmo se não professarmos alguma. O rito da canonização se deu no Vaticano, na Praça de São Pedro, domingo, 12/9, sob a condução do Papa Francisco. Milhares de brasileiros deslocaram-se à Itália, a maioria de católicos, mas também outras pessoas que acreditam na bondade e na misericórdia. Quase todas pagando suas passagens e hospedagens, para saudar o melhor do espírito humano, naquele momento de reconhecimento festivo e solene. O governo do nosso país, como não poderia deixar de ser, mandou ao piedoso ev

FUTEBOL S.A

Por Danilo Sili Borges Associadas ao Brasil estão algumas marcas: carnaval, café, futebol e, mais recentemente, Amazônia. O país é muito mais que isso, mas essas bandeiras são o abre-alas do nosso bloco no desfile da passarela do “quem sou eu” internacional. E é nosso dever cuidarmos delas com inteligência, o que não vem ocorrendo com regularidade. Vejamos o café. Maior produtor, exportamos acima de 44 milhões de sacas in natura e o recebemos de volta em coloridas cápsulas medidas em gramas, que usamos para preparar um cafezinho de qualidade, bem caro, em máquinas também importadas. Produtos de alta qualidade, café e máquina. Nem sequer podemos louvar a desenvolvida tecnologia dos alienígenas, nada que não pudesse ter sido criado aqui. O diferencial está em organização, marketing, capacidade gerencial, administrativa e criatividade, coisas que se aprendem na escola. Futebol. No mundo, a mídia nos informa sobre valores financeiros praticados que nos fazem pensar de onde sur

SOBRE O LIVRO DE JANOT ou ENQUANTO HOUVER BAMBU, LÁ VAI FLECHA

Por Danilo Sili Borges Sou leitor compulsivo de biografias. Nas últimas semanas li a de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, de autoria da historiadora Mary Del Priore e a de Frank Sinatra, cantor, ator, empresário, ídolo da minha geração, de quem só conhecia clichês, da época, criados pela imprensa. Li o Nada menos que tudo , de Rodrigo Janot, o aposentado Procurador Geral da República. Indignado com a corrupção que grassou no país, fui atraído pela proposta da obra de “expor os bastidores da operação que colocou o sistema político em xeque”. Estamos falando da operação Lava Jato e das operações realizadas pelo Ministério Público no período de aprofundamento das questões de corrupção, quando as delações premiadas levaram ao desbaratamento de quadrilhas que estavam nas empresas, no alto do poder político e nas estatais. Fatos que são do conhecimento público.   Limito-me a textos curtos, deixarei de comentar os bastidores das ações, mesmo sendo este o foco da obra,