O HOJE É UMA PLANÍCIE
Por Danilo Sili Borges A quantidade e a velocidade com que circulam as informações são tão grandes que não chegam a ter oportunidade de nos impactar profundamente. Tudo nos atinge numa espécie de ricochete. Ao sermos alcançados por notícia boa ou má, com potencial para nos afetar, antes mesmo de a absorvermos e deixar que nos toque a emoção, outra já se apresenta de tal modo que a anterior perde a primazia e tem seu impacto, pelo menos, atenuado. E passamos os dias a borboletear atrás do nada. Não conseguimos tempo hábil para segurar um acontecimento, considerá-lo por todos os ângulos, o penetrarmos com perspicácia, entendermos as suas sutis relações com outros e quais interesses podem estar em jogo, para então o descartarmos ou, se for o caso, o arquivarmos na memória, juntamente com a análise feita e com as emoções que porventura tenha despertado. Tudo agora é tão direto que lhes não sentimos o sabor. Não valorizamos os acontecimentos. Cultivamo-los menos, sofremos menos. O