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Mostrando postagens de novembro, 2019

O CAMPEÃO VOLTOU

Por Danilo Sili Borges Enfim, outra vez campeões mundiais de futebol. Agora pelos pés, obra e graça dos garotos do selecionado Sub-17. Eu vi. Talentosos craques, completos no futebol, nas condições físicas e técnicas, formaram garboso conjunto digno de representar o verde-amarelo da camiseta, tantas vezes vitoriosa nesse esporte apaixonante. Se lhes falta alguma coisa é malícia, só alcançada pela experiência, que, no futebol, às vezes se chama de catimba. Esta, na justa medida, introduz nas partidas um quê de jocoso que diverte. Algo que nos remete ao velho Romário, especialista no gênero, mas que, em doses excessivas, leva a disputa a um desenrolar antidesportivo e até violento. Tinha assistido ao jogo com a França, pela televisão. A força do nosso autêntico futebol, sem artifícios ou quedas espetaculares, se impôs e venceu a semifinal, de virada, que parecia perdida. Os nossos garotos mostraram a mesma raça que, há muitos anos, na Suécia, outro garoto, com então 17 anos, mo

ALÉM DO QUE PARECE

Sou leitor inveterado de biografias. Imiscuir-me na vida alheia, descobrir o lado não notável das personalidades biografadas ou o que elas pensavam de fatos, circunstâncias e pessoas com as quais conviveram, possibilitam-me formar a imagem mais precisa de pessoas dando-lhes reais dimensões humanas, retirando-as carinhosamente dos pedestais em que a notabilidade as colocou. Como leitor, por vezes, sinto-me tão envolvido pela narrativa da vida do biografado que me emociono. Isso é frequente quando o biógrafo é próximo e tem envolvimento emocional com o protagonista. Não é imprescindível que este seja alguém que frequente a mídia por feitos políticos, esportivos ou heróicos. Foi com o que me deparei já nas primeiras páginas de Donana – Vidas Entrelaçadas , história de Anna Benícia Moreira – cujo exemplar me foi oferecido pelo meu amigo Antônio Moreira Campolina, um dos seus 17 filhos –   de sua grande família, de seu amor por Coco, seu marido, de seus valores e muito das minas gerai

AO GUEDES, UM BOM CONSELHO

Por Danilo Sili Boregs Sob riscos, vivemos todos. Os que a natureza nos impõe e os que a audácia ou a incúria humana nos obriga. O que nos cabe é reduzir os controláveis e mitigar os efeitos dos inevitáveis. Tudo isso é tarefa inarredável do Estado. Se tomarmos, para raciocinar, o curto período de cinco anos, vamos lembrar desastres em obras de engenharia: barragens que romperam, desabamentos de viadutos, edifícios que desmontaram, deslizamentos de encostas, explosões de gás em instalações residenciais e comerciais, tampões em calçadas que voaram pelas ruas e tantos outros eventos dolorosos e recorrentes, que temos suportado com apreensão, sabendo que não são naturais e que devem e podem ser evitados. Na ocorrência de qualquer deles, logo após a chamada pelos bombeiros e pela ambulância, as emissoras de televisão e rádio requisitam a presença do presidente do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), para levar à população explicações técnicas do ocorrido e para e

SOBRE O ÓLEO DERRAMADO

Por Danilo Sili Borges Ninguém coloca os pés fora de casa ou o nariz na janela sem que seja flagrado por câmera, com ou sem o cínico aviso “Sorria, você está sendo filmado”. Cada centímetro quadrado deste precioso planeta é vasculhado, 24 horas por dia, por câmeras que fotografam e arquivam situações, rostos e qualquer coisa que se movimente. A tecnologia possibilita que no meio da multidão de uma grande cidade um rosto seja identificado por meio de imagens e algoritmos. São medidas de segurança pública, mas que eliminaram o direito à privacidade. Não se pode falar baixinho ao ouvido da namorada, que equipamento de escuta direcionada não possa levar o papo, talvez romântico, ou picante, ao terceiro vértice do triângulo do amor. Vivemos num mundo sem segredos. Há mais de dois meses o litoral nordestino vem sendo atacado por milhares de toneladas de petróleo cru, altamente tóxico, identificado como proveniente de campos de produção venezuelanos. Estudos das correntes marinhas,