APRENDIZ DE BARBEIRO
Por Danilo Sili Borges O ensino, diria melhor, o aprendizado tem mudado muito ao longo do tempo. Antes era do tipo mestre-aprendiz, cujo símbolo era o rapazinho que pretendia dominar o ofício de barbeiro, numa época em que não havia cursos regulares para cabelereiros no SENAC. O garoto ficava junto à cadeira do profissional e se deslocava em sentido oposto ao deste de modo a não atrapalhá-lo, com atenção, observando as técnicas utilizadas. O mestre-profissional, aos poucos, ia contando os segredos dos cortes e das sutilezas de cada tipo de cabelo: crespos, lisos e finos, rebeldes, os que têm rodamoinho. Mas até então, nada de tesoura e pente. E as barbas, então? Quando era raspagem geral tudo bem. Mas as costeletas e os cavanhaques em pera? A curiosidade do aprendiz era crescente e era acompanhada pela vontade de pôr em prática a tesoura de segunda-mão que tinha comprado. Praticar era preciso. A oportunidade surgiu com a necessidade de um amigo de vizinhança, que, sem grana,