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Mostrando postagens de novembro, 2020

BRASIL X URUGUAI

  Por Danilo Sili Borges Não sou, hoje, desses aficionados por futebol. Gosto do esporte como todos os brasileiros e o sonho de ser um grande craque, na época em que as estrelas ganhavam mais glórias que riquezas, dividi com os garotos da minha geração. Atualmente, com mais razões, o desejo continua vivo nos jovenzinhos. Naquele início dos anos 50, vestir a camisa do Vasco, o time que estava fornecendo a base e o técnico para a seleção brasileira, era o meu sonho aos 9 anos. Acho que hoje a camisa desejada é a do Barcelona. Sou torcedor esporádico, comodista, prefiro o conforto da zaga TV e poltrona e faço poucas incursões pelas laterais para ir aos estádios. Vejo as decisões dos campeonatos e bons jogos aqui no Brasil e na Europa, busco na realidade o espetáculo de excelência. Não deixo de ver Brasil e Argentina, por exemplo, confrontos que no passado marcaram a fogo minha carne, sempre disputas catimbadas , com brigas, polícia em campo, sangue nos supercílios, num box não autoriz

DE RABO DE LEÃO A FOCINHO DE PORCO

  Por Danilo Sili Borges Há poucos dias, nos assustamos quando o presidente Bolsonaro, bem ao seu estilo espontâneo, impensado, dizendo o que lhe vem à mente, aborrecido com a derrota de Donald Trump nas eleições americanas e pressionado pelas declarações feitas por Biden de estar disposto a mobilizar a comunidade internacional de países a tomarem medidas concretas contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia, reagiu com dureza. Claramente, entende-se o desconforto do presidente, pois a questão envolve a soberania do Brasil sobre parte do seu território. Reduzido o problema a um exemplo comezinho, é como se sua vizinhança, incomodada com o som muito alto que toca em sua casa, pretendesse invadi-la para obrigá-lo a reduzir a zoada. A situação muda de figura se no seu apartamento, você resolvesse fazer um depósito de dinamite ou mesmo de fogos de artifícios, em grande quantidade, pondo em risco todo o condomínio, condição que justificaria aos outros condôminos apelarem à Defesa C

OS AMIGOS DO REI

 Por Danilo Sili Borges Manuel Bandeira, ainda em 1930, publicou “Vou-me embora pra Pasárgada”, descrevendo as vantagens de ser amigo do rei. Séculos antes, Maquiavel havia aconselhado o Príncipe a que tirasse da sua agenda o nome dos que os tinham ajudado a chegar ao poder. Pois estes se julgavam, no entendimento do veneziano, com direitos a passagens e diárias a pasárgada. Por quais motivos se alinhem, defenestrar escadas ao poder foi lição bem aprendida no Planalto, que fale o caso bebiano, entre outros. Nos estados modernos os reis têm data de validade. Enquanto esboço este texto, o país mais rico e poderoso do mundo está decidindo se mantem Trump com a coroa por mais 4 anos, ou se o manto de arminho e fios de ouro passa aos ombros do velho e calejado Biden. Centenário exemplo de democracia, o presidente dos Estados Unidos é escolhido em eleições livres pelo povo. Nada mais de Rei Sol, absoluto e senhor da Vida e da Morte dos seus súditos. No presente pleito lamenta-se a po

BILAC E A TELEVISÃO

  Por Danilo Sili Borges   Recebi, “Senhor Engenheiro Danilo Borges, Excelentes suas "Crônicas da Madrugada". A de hoje, é perfeita, onde conclui-se que: as videoconferências vieram para ficar. Aproveitando o ensejo, envio anexo a "Chronica" do Olavo Bilac, onde por volta de 1900, talvez sob à luz de uma "pomboca", êle descreveu como seria a televisão que temos hoje. Quem sabe, um gancho para uma próxima Crônica sua. . . Saudações e saúde! Miguel José Teixeira” A mensagem acima se referia à crônica, ”Lives e Videoconferências” e me pareceu uma grande oportunidade para ressaltar a importância da crônica, não apenas como gênero literário, mas como documento histórico. Diferentemente de contos, ensaios e romances, muito mais elaborados, que são produzidos após reflexões prolongadas, cotejamentos de acontecimentos, e recebendo o entrelaçamento, por vezes, de tramas produzidas pela criatividade do gênio literário, que se vão encaixando na moldura temporal, a cr